Com as luzes do meu quarto apagadas eu aguardo ansioso a entrada de algum dos meus poucos contatos do MSN. Todos sobreviventes da minha lista de condições básicas pra teclar, (uma delas é evitar abreviações como tc, ou rs e jamais usar emoticons). Lá pelas tantas, sem mais o que fazer a não ser esperar, sou tomado de assalto por uma espécie de jogo colocado na parte de cima do meu Messenger: uma disputa de pênaltis entre dois bonecos. O objetivo é óbvio, vencer o goleiro e – pra usar um clichê futebolístico – estufar a rede.
Uma chamada luminosa pedindo a cobrança da penalidade me fez arrastar o cursor do mouse até a seta que lançaria a bola pro lado esquerdo. Um clique e lá estava o goleiro. Filho da puta – pensei, enquanto respirava fundo e repetia o canto, dessa vez com sucesso. Mas, antes mesmo que a sensação de satisfação chegasse ao meu cérebro, uma mensagem de que aquele gol havia me levado a um prêmio me deixou com um pé atrás.
Antes de entrar no site com a tal recompensa, decidi voltar pro tal joguinho. Pra tanto tive que me desconectar do MSN. Tudo como sempre. Iconezinhos girando e girando até que, pumba, lá estava eu, de frente pro gol. Olhei pro canto esquerdo. Olhei e bati do lado contrário, (como se com essa artimanha eu pudesse enganar o goleiro). Que nada, lá estava ele novamente com a bola nas mãos ao mesmo tempo em que o anúncio de “você errou, tente novamente” começou a piscar. Não é necessário dizer que fiz de novo a coisa toda. Mesmo canto e gol. Gol e mensagem de premiação.
O que eu quero dizer com toda essa história é bem simples. Os caras sacaram tudo. Não sabemos mesmo lidar com nossas frustrações. Queremos o sucesso a qualquer custo. No caso das cobranças de pênaltis, em todas as vezes, a primeira – qualquer que fosse o lado escolhido – , a primeira era do goleiro e a segunda – sempre – terminava em gol. É nada, se pensarmos nisso como apenas uma maneira quase inocente de que alguém entre num site e como prêmio tenha uma série de ringtones à sua disposição, (é, eu entrei lá depois pra conferir), mas essa pode ser uma questão sem precedentes, tal o modo como somos envolvidos.
Ao finalizar a experiência, cheguei à conclusão de que aquilo era pura manipulação. Fiquei ali pensando em tudo aquilo quando uma janelinha brotou no canto inferior da tela informando que alguém, finalmente, havia entrado no MSN. Puxei conversa como de costume e decidi dividir minha perplexidade. Contei tudo, tim-tim-por-tim-tim, sem deixar de colocar minha indignação ao final de cada frase. Mas, tudo o que tive ao término da minha explanação foi um: rsrsrsrsrsrsrs e um contato a menos no MSN.
Minha lista de condições básicas pra teclar, assim como a minha indignação, é realmente implacável.
Uma chamada luminosa pedindo a cobrança da penalidade me fez arrastar o cursor do mouse até a seta que lançaria a bola pro lado esquerdo. Um clique e lá estava o goleiro. Filho da puta – pensei, enquanto respirava fundo e repetia o canto, dessa vez com sucesso. Mas, antes mesmo que a sensação de satisfação chegasse ao meu cérebro, uma mensagem de que aquele gol havia me levado a um prêmio me deixou com um pé atrás.
Antes de entrar no site com a tal recompensa, decidi voltar pro tal joguinho. Pra tanto tive que me desconectar do MSN. Tudo como sempre. Iconezinhos girando e girando até que, pumba, lá estava eu, de frente pro gol. Olhei pro canto esquerdo. Olhei e bati do lado contrário, (como se com essa artimanha eu pudesse enganar o goleiro). Que nada, lá estava ele novamente com a bola nas mãos ao mesmo tempo em que o anúncio de “você errou, tente novamente” começou a piscar. Não é necessário dizer que fiz de novo a coisa toda. Mesmo canto e gol. Gol e mensagem de premiação.
O que eu quero dizer com toda essa história é bem simples. Os caras sacaram tudo. Não sabemos mesmo lidar com nossas frustrações. Queremos o sucesso a qualquer custo. No caso das cobranças de pênaltis, em todas as vezes, a primeira – qualquer que fosse o lado escolhido – , a primeira era do goleiro e a segunda – sempre – terminava em gol. É nada, se pensarmos nisso como apenas uma maneira quase inocente de que alguém entre num site e como prêmio tenha uma série de ringtones à sua disposição, (é, eu entrei lá depois pra conferir), mas essa pode ser uma questão sem precedentes, tal o modo como somos envolvidos.
Ao finalizar a experiência, cheguei à conclusão de que aquilo era pura manipulação. Fiquei ali pensando em tudo aquilo quando uma janelinha brotou no canto inferior da tela informando que alguém, finalmente, havia entrado no MSN. Puxei conversa como de costume e decidi dividir minha perplexidade. Contei tudo, tim-tim-por-tim-tim, sem deixar de colocar minha indignação ao final de cada frase. Mas, tudo o que tive ao término da minha explanação foi um: rsrsrsrsrsrsrs e um contato a menos no MSN.
Minha lista de condições básicas pra teclar, assim como a minha indignação, é realmente implacável.
ao som de Soccer Pracctice do JOHNNY MAC GOVERN